[…] quem dava a palavra final era o deputado federal Eduardo Cunha, do PMDB-RJ
Segundo o delator, foi o próprio João Augusto Henriques, apontado como lobista do PMDB no esquema e preso nesta segunda-feira, 21, na 19ª fase da Lava Jato, que lhe revelou como eram as indicações políticas na Diretoria. “Que João Augusto Henriques disse ao declarante que conseguiu emplacar Jorge Luiz Zelada para diretor internacional da Petrobras com o apoio do PMDB de Minas Gerais, mas quem dava a palavra final era o deputado federal Eduardo Cunha, do PMDB-RJ”, relatou.
Já são dois delatores da operação relacionando o presidente da Câmara à Diretoria Internacional da Petrobras, apontada como ‘cota’ do PMDB no esquema de loteamento político e pagamento de propinas para abastecer o caixa de partidos.
O executivo e outro delator da Lava Jato, Júlio Camargo, revelou ter sofrido pressão do parlamentar para pagar a ele propina de US$ 5 milhões referentes a dois contratos de navio-sonda da Petrobras com uma empresa representada por Camargo. O caso deu origem uma denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o parlamentar por corrupção e lavagem de dinheiro perante o Supremo Tribunal Federal.
Em sua delação, o ex-gerente da estatal afirmou que tomou conhecimento diretamente das propinas na Petrobras em 2006 e confirmou que João Augusto Henriques “era um lobista ligado ao PMDB que mantinha influência na área internacional e de engenharia da Petrobras, e possivelmente também na área de Exploração e Produção.”
Os novos depoimentos reforçam as suspeitas do investigadores contra o operador do PMDB no esquema, preso nesta semana pela Lava Jato e cuja empresa Tren Empreendimentos recebeu pelo menos R$ 20,2 milhões de empresas do cartel que fatiava obras na Petrobras, pagando propinas a agentes públicos, partidos e políticos.
João Henriques é o segundo lobista do PMDB preso na Lava Jato. Em novembro de 2014, na Juízo Final, 7º desdobramento da operação, Fernando “Baiano” Soares foi detido preventivamente. Ele também decidiu colaborar com as investigações.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) vem negando veementemente o envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.
A assessoria de imprensa do partido negou todas as acusações e disse que a sigla nunca autorizou quem quer que seja a ser intermediário do partido para arrecadar recursos.
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